Repaginado, o acervo do Masp ganha vida
Fui ao Masp uma tarde dessas, a convite do Gilson Pedro, que dá aulas de história da arte ali, in loco, desde os anos 70, e que conhece o assunto como ninguém.
Ele estava mostrando a um grupo de alunos a nova organização: agora os Rafael, Rembrandt, Manet, Van Gogh, Modiglianis e outros tesouros do museu estão agrupados por temas. Além disso nada menos do que um Picasso (e mais de um Matisse) foram encontradas na reserva técnica - e integrados à exibição permanente.
O Masp ganhou vida com a repaginação. Por outro lado, as suas instalações nunca pareceram tão depauperadas. Em um dos piores momentos da sua história, o museu não tem sequer um catálogo impresso - sem falar em um site minimamente decente.
Mais curioso ainda é notar as mudanças urbanas no entorno do museu. Hoje a região abriga os tais 'promocenter', onde nada é legítimo: entre meia dúzia de mini-shoppings onde se vende tênis Nike, CDs, e tudo que pode ser pirateado e falsificado, há esta instituição que abriga um raro Rafael, pintado na época do descobrimento, aquele Manet grandão, com as moças remando para fora do quadro, e um Bosch dos mais importantes...
A repaginação do Masp mostra que sem recursos - mas com boas idéias - é possível dar vida a um museu. (A propósito, o Chagall acima não tem nada que ver com a história; ele está no Museu de Arte da Basiléia, na Suíça. Copiei do catálogo).