Presidentes de grandes corporações como Sun, IBM e General Motors já aderiram à nova mídia
O grande lance de 1448 foi uma tecnologia chamada ‘tipo móvel’ inventada por Johannes Gutenberg. Cinco séculos depois, o grande lance de 2001 foi o primeiro software de blog, o Movable Type, ainda hoje o mais usado pelos blogueiros profissionais.
As duas invenções foram igualmente revolucionárias. Quem diz é a Economist, a revista mais influente de economia e negócios do mundo no caderno especial A Survey of New Media. “O blog”, diz a revista, “talvez marque o início da transição para uma nova era: a era da mídia pessoal ou participativa”.
O blog é resultado de uma revolução dentro da revolução: nasceu do crescimento da internet de banda larga, que tornou mais fácil ‘carregar’ a rede (ou fazer o upload). Com isso, as pessoas passaram a criar conteúdo ao invés de apenas visitar sites com as quais não podem interagir.
Uma pesquisa recente revelou que 57% dos adolescentes americanos criam conteúdo para a rede, de texto a fotos, passando por música e vídeo. Isto mostra que as pessoas não se contentam mais em consumir mídia - querem participar dela.
Como o tipo móvel de Gutenberg, as conseqüências da nova revolução serão sentidas gradualmente, a longo prazo. A nova mídia participativa, diz David Sifry, fundador da Technorati, um mecanismo de busca de blogs, fez as fronteiras entre autores e audiência mais fluidas. O formato tradicional da palestra, ‘um-para-muitos’, torna-se mais uma conversação entre uma comunidade de iguais.
A maioria das pessoas não se dá conta de como é revolucionária esta mudança, diz David Weinberger, do Berkman Center for Internet and Society da Universidade de Harvard. “Transformar instituições em conversação é altamente revolucionário. Instituições são fechadas, pressupõe uma hierarquia, e dificilmente assumem o fato de que são falíveis. Conversas, por outro lado, são abertas, assumem a eqüidade entre as partes, e aceitam que cometem erros”.
Agora o blog está chegando às empresas. “Quer falar com o presidente da sua empresa?”, pergunta a revista Info de julho. “Abra o browser e acesse o blog dele”. Segundo a revista, o presidente de um banco estrangeiro instalado há poucos anos no Brasil fez isso em abril. Só no primeiro 'post', dando boas vindas aos funcionários, recebeu 400 comentários. CEOs de empresas como Sun, IBM, e General Motors já adotaram blogs para se comunicar de forma direta e interativa com funcionários.
Entre as que mais usam a nova mídia estão, como não poderia deixar de ser, as empresas de telecomunicações, entre elas a Nokia, uma das mais inovadoras empresas de tecnologia do planeta.
Mas o que é exatamente um blog, e afinal e porque ele é diferente de tudo o que você já viu na internet?
Não perca o próximo capítulo. Ou para usar a linguagem dos blogueiros, o próximo post.
31 julho 2006
13 julho 2006
Esqueça o CD
Uma coisa boa de se fazer quando se viaja é ouvir rádio. Em Nova York ouvi um programa sensacional: a Filarmônica de Nova York tocando ao vivo trilhas sonoras de Bernard Herrmann e John Williams para filmes de Alfred Hitchcock e Steven Spielberg. Narração de Martin Scorcese e do próprio Spielberg. Um programinha pra ninguém botar defeito.
Quem transmite toda semana os concertos da Filarmônica de Nova York é a WFMT (www.wfmt.com), uma rádio que resolveu aproveitar o renascimento deste meio de comunicação, causado, em parte, pelo sucesso das rádios satélite no Estados Unidos.
Mas o mais curioso é que os concertos da Filarmônica de NY estão fazendo muito sucesso também sabe onde? No iTunes, o serviço de música online da Apple. Os concertos da orquestra são gravados pela Deutsche Grammophone, editados e vendidos em CD. Mas o CD parece ser uma mídia alternativa, para o pessoal da velha guarda: o maior sucesso mesmo é o download digital no iTunes, onde os programas também são 'disponibilizados', para abusar mais uma vez do inevitável chavão. E os concertos da orquestra estiveram na lista dos programas mais baixados no começo do ano.
O download digital parece, portanto, que vai se tornando rapidamente o principal meio de comercialização de música, seja clássica ou popular. Para a indústria, significa uma solução nada mal: você fica só com a parte legal da coisa, a produção musical propriamente dita. E depois coloca os arquivos na internet. E esquece toda aquela parte chata: prensar as bolachinhas, as capas, colocar tudo dentro das caixinhas (sem esquecer da capinha de celofane), despachar para as lojas e, last but not least, correr o risco de amargar um tremendo mico porque o que o produtor achou que ia pegar não colou.
Com o download digital, baixa quem quiser, quando quiser, paga por download, e se for sucesso, valeu. Se não for sucesso, o produtor não amarga aquele milhão de discos plásticos sem nenhum outro uso a não ser, talvez, como bolacha de chopp.
Portanto, ao que tudo indica, pode começar a se despedir do CD: os seus dias estão contados.
Quem transmite toda semana os concertos da Filarmônica de Nova York é a WFMT (www.wfmt.com), uma rádio que resolveu aproveitar o renascimento deste meio de comunicação, causado, em parte, pelo sucesso das rádios satélite no Estados Unidos.
Mas o mais curioso é que os concertos da Filarmônica de NY estão fazendo muito sucesso também sabe onde? No iTunes, o serviço de música online da Apple. Os concertos da orquestra são gravados pela Deutsche Grammophone, editados e vendidos em CD. Mas o CD parece ser uma mídia alternativa, para o pessoal da velha guarda: o maior sucesso mesmo é o download digital no iTunes, onde os programas também são 'disponibilizados', para abusar mais uma vez do inevitável chavão. E os concertos da orquestra estiveram na lista dos programas mais baixados no começo do ano.
O download digital parece, portanto, que vai se tornando rapidamente o principal meio de comercialização de música, seja clássica ou popular. Para a indústria, significa uma solução nada mal: você fica só com a parte legal da coisa, a produção musical propriamente dita. E depois coloca os arquivos na internet. E esquece toda aquela parte chata: prensar as bolachinhas, as capas, colocar tudo dentro das caixinhas (sem esquecer da capinha de celofane), despachar para as lojas e, last but not least, correr o risco de amargar um tremendo mico porque o que o produtor achou que ia pegar não colou.
Com o download digital, baixa quem quiser, quando quiser, paga por download, e se for sucesso, valeu. Se não for sucesso, o produtor não amarga aquele milhão de discos plásticos sem nenhum outro uso a não ser, talvez, como bolacha de chopp.
Portanto, ao que tudo indica, pode começar a se despedir do CD: os seus dias estão contados.
Assinar:
Postagens (Atom)